Quiropraxia para corredores
Neste ano, descobri a quiropraxia por acaso e me apaixonei pelos benefícios gerados por essa prática e como ela beneficiou minha corrida
Na sexta-feira, véspera da maratona de Curitiba, marquei uma sessão com a quiropraxista Inajara Maciel, que nos atende desde o meio do ano. A ideia era só soltar os músculos da perna e das costas para estar na melhor forma possível para a prova. Depois de um ano de treinos intensos, fiquei gripado justamente na semana da prova e ela fez uma série de manobras para liberar os músculos no entorno do pulmão. Resultado: saí de lá com a respiração bem mais aliviada e tranquila e muito mais confiante de que iria terminar a prova bem, o que aconteceu de fato.

Na terça-feira seguinte, voltei para uma sessão de pós-prova, com dores no corpo, especialmente no quadril, e alguns incômodos musculares. Saí de lá, novamente, com a impressão de que poderia correr – algo que parecia impossível para alguém que sofria cada vez que olhava uma escada e pensava em descê-la (se você já ficou com aquela dor chata da corrida, sabe que descer escada é um verdadeiro tormento).
Nas consultas de rotina, depois de uma avaliação completa do paciente e de escutar os propósitos com o tratamento, a profissional sente, pelo toque, quando os músculos e nervos estão desalinhados, procurando a origem do problema.
“Após a queixa do paciente, vamos percebendo, com o toque, quando há algo de errado que pode ser ajustado. No caso de atletas, tanto amadores quanto profissionais, a técnica previne lesões e também melhora a performance. O curioso é que nem sempre a origem do problema está no foco da dor”, explica Inajara Maciel, que atende no bairro Portão.
O que é quiropraxia?
Em geral, as pessoas só buscam a quiropraxia quando estão com algum tipo de lesão, em especial na coluna. As estimativas do IBGE apontam que 27 milhões de brasileiros sofrem com dor nas costas. No entanto, a quiropraxia está longe de tratar apenas deste mal.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os tratamentos realizados pela técnica buscam equilibrar aspectos neuro-músculo-esquelético, por meio da manipulação manual (com os famosos estralos) ou por meio de equipamentos adotados pelo profissional, sem o uso de medicamentos ou o apoio de procedimentos cirúrgicos.
Os benefícios
O quiropraxista busca alinhar o corpo por meio de manobras. Por vezes, a dor sentida no quadril, por exemplo, não tem a ver com aquela região, mas com a falta de sintonia desta parte do corpo com as demais. A ideia é melhorar tanto a postura quanto a biomecânica de cada atleta, sendo possível até mesmo corrigir a pisada no caso dos corredores ou as joanetes!

Uma das técnicas mais conhecidas é o uso das fitas de kinésio (ou Kinesio Taping), que são coladas em partes estratégicas do corpo para propiciar estabilidade do músculo e da articulação. Ela pode ser usada tanto para prevenir lesões, como para otimização da performance, visando a melhora dos movimentos esportivos. Essa técnica foi desenvolvida pelo quiropraxista Kenzo Base, na década de 1970, no Japão, embora recentemente tenha se tornado comum também entre os fisioterapeutas.
Durante a Copa do Mundo de 2014 – apesar do inesquecível 7 a 1 –, os atletas da seleção brasileira pediram à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que chamasse uma profissional. “É um trabalho excelente. Você sente o corpo mais equilibrado, tudo no lugar. Faz diferença quando se trata de alta performance”, afirmou, à época, o zagueiro Dante ao site da CBF.
Entrevista realizada para o Blog Bom de Dica de Corrida, do Portal Bem Paraná.